I Conferência Estadual sobre Adoção apresenta Constelação Familiar como ferramenta para auxiliar nas relações familiares

Os Plenários do Tribunal de Justiça do Amapá (do Pleno e da Câmara Única) foram palco, na última segunda-feira (19), da I Conferência Estadual sobre Adoção. Organizada pela Sociedade Amapaense de Apoio à Adoção em cooperação com o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do TJAP, o evento foi direcionado para pais adotivos, casais habilitados à adoção, filhos adotivos, profissionais que atuam na rede de adoção, acadêmicos de Direito, Serviço Social, Psicologia e Pedagogia, e atraiu um total de 381 inscritos. (ACESSE A GALERIA DE FOTOS)

A palestra magna “Constelação Familiar na Adoção”, proferida pela consteladora Marilise Einsfeldt, apresentou a metodologia terapêutica Constelação Familiar como possível ferramenta para compreender e aprimorar as relações familiares a partir do autoconhecimento e compreensão também da história do outro. “Vejo que a constelação familiar pode mostrar, de forma bem clara e compreensível, de onde viemos, quem são nossos pais e como é nossa história”, explicou.

“Embora muitas vezes se busque, e com certa razão, proteger a criança de sua história – que às vezes pode ser até trágica ou violenta –, essa história ainda persiste pois não pode nem deve ser apagada em definitivo”, defende a consteladora. “O respeito à própria dignidade daquela criança ou adolescente passa pelo reconhecimento de sua história, da contribuição de seus pais para sua vida”, complementou.

Além de apresentar a Constelação Familiar, Marilise Einsfeldt realizou dinâmicas compreendidas pela técnica, convidando pessoas da plateia para participar ocupando as posições ou papéis de mãe, pai e filho ou filha, ora adotivos ora biológicos. “É preciso que cada pai e mãe adotivo possa olhar o filho e reconhecer que nele existe muito dos pais biológicos, inclusive sentindo e demonstrando gratidão por isso”, defendeu, acrescentando que “se estes pais não tivessem gerado essa criança e de alguma forma renunciado a ela, vocês não a teriam”.

Na Constelação Familiar as pessoas assumem “papéis” diversos nessa dinâmica, sem conhecimento ou preparação prévia, manifestando emoções e palavras que se relacionam com a situação proposta. A metodologia terapêutica, mas passível de aplicação nos mais diversos campos de atuação e relações humanas (educação, atendimento ao público, ambiente de trabalho etc.) é uma abordagem sobre as leis da vida, elaborada pelo filósofo alemão Bert Hellinger.

De acordo com a desembargadora Sueli Pini, que além de membro da SAAD desde sua instituição é presidente do Nupemec/TJAP, foi uma organização breve, de apenas 15 dias, mas que conseguiu sensibilizar muitas pessoas, “indo além das expectativas iniciais”. “O que mais gostei nesse evento foi a temática, pois a Constelação Familiar é um grande passo rumo à desconstrução de diversos tabus que perpassam a adoção, desde, por exemplo, a marca do chamado ‘filho de criação’ (que não era criado exatamente como membro da família) ao esforço – consciente ou não – para passar uma borracha em toda a história da criança, negando suas origens”, registrou a desembargadora, acrescentando que “essa exclusão causa sofrimento na criança no futuro”.

Outro exemplo de tabu citado pela magistrada foi o da diferenciação entre filhos adotivos e biológicos. “Todos os filhos são biológicos, pois nasceram de alguém, e de uma forma ou outra precisamos adotar os filhos que geramos também”, ressaltou a desembargadora Pini, acrescentando que “filho adotado não dá mais trabalho que filhos biológicos”.

A palestra magna foi precedida por uma apresentação do Coral do TJAP e por uma explanação mais breve, intitulada “História da Adoção no Brasil e Evolução da Legislação”, proferida pela assessora jurídica do Juizado Especial da Infância e Juventude – Área Administrativa da Comarca de Macapá, Cyranette Cardoso.

- Macapá, 21 de novembro de 2018 -

 Assessoria de Comunicação Social
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Criado: Quarta, 21 Novembro 2018 08:15