Pedagoga vive uma história de amor com a leitura por meio da Justiça Itinerante no Bailique

Há 15 anos a pedagoga Marta Carvalho singra os rios e percorre as estradas e ramais do município de Macapá, capital do Amapá, integrando como voluntária a Jornada Itinerante Fluvial do Poder Judiciário. Na bagagem, livros paradidático, revistas em quadrinhos e edições da revista Ciência Hoje, que compõem o projeto “Viajando com a Leitura”, do Núcleo do Programa do Livro Didático, da Secretaria Estadual de Educação (SEED).

Tudo começou no ano de 2003, quando Marta tomou conhecimento da Jornada. “Fiquei sabendo e fui conversar com a Desembargadora Sueli Pini, me colocando à disposição para fazer parte da equipe, por meio de uma parceria entre a SEED e o TJAP”, relata. Desde então, a pedagoga contabiliza histórias de leitores e leitoras que ajudou a formar em diversas comunidades.

Como exemplo Marta relembra a moradora Jaqueline Silva da comunidade de Itamatatuba, no Arquipélago do Bailique. “Durante uns dois anos, entre 2014 e 2015, ela foi a leitora nº 01 nas Jornadas.

De dois em dois meses levava cerca de 15 livros e lia todos nesse período”, conta a pedagoga, orgulhosa do resultado de seu trabalho.

A Turma da Mônica, do quadrinhista brasileiro Maurício de Souza, responde pelo maior sucesso entre os gibis preferidos pela criançada atendida nas ações da Jornada Itinerante.

“Sinto que as crianças encontram muita dificuldade em ler, e a Leitura de revistas em quadrinhos empolga e satisfaz porque não cansa, como acontece muitas vezes com as leituras obrigatórias. Os gibis são eficientes instrumentos para despertar o gosto pela leitura porque chamam atenção até mesmo no seu imaginário”, esclarece Marta.

Para Marta “esses momentos são únicos e a introdução da leitura no universo das crianças ribeirinhas é algo imprescindível para a autonomia delas em todos os sentidos, até mesmo no fortalecimento emocional”. A pedagoga defende a leitura como forma de estimular as crianças a ampliarem sua percepção de mundo de forma criativa. “Os livros levam alegria às crianças para que se tornem mais felizes, mesmo diante de adversidades”, acredita.

Nas pontes, palafitas, no barco ou em espaços cedidos pela comunidade, Marta abre a mala na qual reveza quatro acervos diferentes de livros, com cerca de 30 livros em cada. Esses acervos são repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), oriundos da Biblioteca Prof.ª Ecilda Ramos de Souza. São livros e periódicos das diversas áreas do conhecimento, além um conjunto de obras literárias selecionadas pelo Ministério da Educação e enviadas às escolas públicas de todo o país. Os contos são os preferidos do público adulto.

E se depender da paixão da pedagoga pelo trabalho itinerante, essa história de amor com as comunidades ribeirinhas ainda irá se prolongar por muitos anos. “A Jornada me faz olhar com outros olhos a necessidade do povo ribeirinho, de ter alguém que o incentive a ter uma outra visão de mundo. Fico esperando a Jornada acontecer! Cada uma com suas histórias e situações diferentes. Sou Feliz por ter essa oportunidade e quero continuar até sempre!”, finalizou realizada.

- Macapá, 09 de julho de 2018 -

Assessoria de Comunicação Social
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Criado: Segunda, 09 Julho 2018 05:00