Promotora Andréa Guedes aposta na integração dos órgãos do sistema de justiça para o combate à criminalidade
Oriunda do primeiro concurso do Ministério Público Estadual, a Promotora de Justiça, Andréa Guedes, titular da Promotoria de Investigações Cíveis e Criminais - PICC, e coordenadora do Núcleo de Inteligência do Ministério Público do Amapá - NIMP, foi entrevistada do programa radiofônico Justiça por Elas, da última terça-feira (13), produzido pela Assessoria de Comunicação do TJAP e que vai ao ar pela rádio Universitária FM todas as terças, de 15 às 16 horas.
Criado há cerca de sete anos, o NIMP ganhou destaque a partir de 2016, quando o MP aferiu um crescimento preocupante da criminalidade, sobretudo o crime organizado para o tráfico de drogas e armas. Ao mesmo tempo, a promotora Andréa Guedes, com apoio da administração superior do MP, conseguiu atuar de forma contundente na investigação de crimes eleitorais, instalando um disque-denúncia com apuração em tempo real.
“Foi preciso que o NIMP, que antes atuava de forma mais discreta, viesse a se tornar mais público”, explicou a promotora. Para ela, um sistema de Justiça eficaz e que não seja contaminado gera temor nos criminosos.
No início de março, uma apreensão de mais de 2.700 munições de diversos calibres, incluindo munições para armas de uso restrito, no km 50 da Rodovia BR-156, foi feita pela Polícia Federal, Polícia Militar, NIMP e Policia Rodoviária Federal, numa ação conjunta. “Isso demonstra que os criminosos estão organizados e não estão para intimidação, eles vem para furtar ou matar. O assaltante não quer mais apenas o celular ou o cordão de ouro, ele quer tudo o que você tem e, se você dificultar ele mata”, asseverou.
Segundo a promotora, o grau de violência dos crimes se dá em razão da presença de facções criminosas no Amapá. “Ninguém pode fechar os olhos para isso. Na verdade precisamos atuar de forma integrada o dia todo, porque cada dia pode ocorrer algo que fuja ao controle dos órgãos que estão na égide da segurança pública do estado”, afirmou. A titular da PICC afirma que a facção criminosa PCC – Primeiro Comando da Capital, originária de São Paulo, é a mais presente no Amapá, e em todos os estados brasileiros.
“Em razão dessa presença, os criminosos daqui também se organizaram e hoje existem facções próprias da comunidade amapaense em Macapá, Laranjal do Jari, Santana e Amapá, por exemplo. Para ela, uma das características que proporcionam o crescimento desses grupos é o fato de que “a criminalidade não tem territorialidade”.
Andréa Guedes alerta sem meias palavras de que “hoje, qualquer cidadão ou cidadã do Amapá está à mercê dessas ações violentas, que podem acontecer com qualquer um, a qualquer hora e em qualquer lugar”. A promotora acredita que “se os órgãos de segurança não se integrarem, não compartilharem informações e não agirem de forma conjunta, não será possível combater a violência”. Há órgãos de inteligência no MP, na PM, na Polícia Civil e na PF. “A apreensão dessa grande quantidade de munições é exemplo de trabalho conjunto”, afirmou.
As denúncias trazidas pela própria comunidade são elementos muito importantes para o trabalho de investigação. Segundo a promotora, as pessoas que procuram o MP podem ficar certas de que sua identidade será preservada e que a denúncia será investigada. As denúncias feitas pela população, na sua maioria, se referem ao tráfico de drogas. “A presença do tráfico nas comunidades faz com a população se sinta permanentemente ameaçada”, registra a promotora.
Na esteira da parceria com a comunidade, e no intuito de atuar na prevenção do crime, a promotora Andréa Guedes desenvolve um trabalho social no Conjunto Mucajá, localizado na margem da rua Jovino Dinoá, bairro do Beirol. Segundo ela, a comunidade do residencial sofre com as consequências do estigma da violência e “os moradores tem dificuldades até para conseguir empregos”. O trabalho tem cooperação de órgãos do Poder Executivo.
Macapá, 13 de Março de 2018-
Assessoria de Comunicação Social do TJAP
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- Criado: Terça, 13 Março 2018 05:31