TJAP promove roda de conversa sobre suicídio e valorização da vida
Causa de preocupação nacional e considerado problema de saúde pública, o suicídio também entrou na agenda do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), que, nesta segunda-feira (25), realizou uma roda de conversa sobre o tema entre o presidente da Corte, desembargador Carlos Tork, servidores e voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV), Instituto do Câncer Joel Magalhães (IJOMA) e profissionais de saúde. Em média, 32 brasileiros morrem por dia vítimas de suicídio; e o problema está em todos os lugares, classes sociais, instituições e credos. (VISUALIZAR FOTOS)
O presidente Carlos Tork parabenizou a iniciativa e enfatizou, sem citar nomes, que o próprio ambiente do Poder Judiciário no Amapá tem em seu histórico casos de suicídio no primeiro e no segundo grau. “É um mal que se alastra e é muito bom termos o Mês Amarelo para abordar com profundidade o assunto sobre a importância da vida”, alertou o desembargador.
Ele considerou importante também trazer aqui a reflexão sobre como estamos olhando o outro. “Porque todos nós temos tristezas, que eventualmente podem evoluir para uma depressão, e nós não percebemos que as pessoas ao nosso lado dão diversos sinais de que precisam de atenção”, disse o presidente.
Ana Clara da Silva Barros, médica psiquiatra, integrou a mesa de debates e iniciou dizendo que muitas vezes o suicídio decorre de problemas psiquiátricos que, no Amapá, ainda são subnotificados.
Para a psicóloga do IJOMA, Cleidiane Lima, há também os casos de suicidas que não apresentaram nenhum transtorno mental, “são as pessoas melancólicas, que tem muito mais dificuldades de lidar com as emoções”.
“As doenças crônicas e incuráveis também são causadoras de depressão. No primeiro ano da descoberta dessas enfermidades ocorre o maior risco de suicídio”, complementou a psiquiatra Ana Clara.
Jane Borges, Vander Silva e Celiana Waldek participaram da roda de conversa representando o CVV, Organização não Governamental que existe no Brasil há 55 anos, e que no Amapá completará 15 anos em dezembro. Para o coordenador Vander, “o CVV atua como um pronto socorro porque as pessoas temem receber críticas e serem julgadas por amigos e familiares, ao exporem suas fragilidades”.
“Nós somos uma entidade apolítica, sem orientação religiosa específica e adotamos técnicas que nos permitem ouvir e aceitar as pessoas como elas são”, explicou Vander. Essas técnicas permitem que os voluntários estabeleçam uma relação de ajuda com aqueles que ligam para o número 141 em busca de ajuda. “Quem tenta suicídio não quer se livrar da vida, mas da dor, que para essa pessoa é tão grande e ela não suporta”, argumenta o voluntário, que também é coordenador do CVV há 13 anos.
Jane Borges é voluntária do CVV há 14 anos e informou que a equipe de voluntários da ONG no Amapá está bastante reduzida, apenas 17 pessoas, mas três com atuação exclusiva no apoio (e não no atendimento). No Amapá ocorrem 6,87 suicídios para cada 100 mil habitantes – o estado é o quinto no ranking nacional.
Para a voluntária Celiana Waldek o trabalho do CVV é “simples, mas requer muita atenção”. Ela fez questão de afirmar que os bons resultados não advêm de “mágica, mas de uma estratégia de valorização da vida”. Essa estratégia está assentada em quatro pilares: respeito, compreensão, aceitação e acolhimento. “Quando a gente faz isso, dificilmente a pessoa escolhe a via do suicídio”, esclarece Celiana.
“O suicídio está mais próximo do que imaginamos. Pode estar dentro da nossa casa, em um colega de trabalho e não percebemos. A gente precisa olhar mais o outro e acolher a partir do sofrimento dele. Até 2020 a depressão é a doença que mais vai incapacitar as pessoas”, alertou Celiana.
O bate papo contou com atenta participação da plateia. Adriana Martins, Diretora da Secretaria do Pleno do TJAP, destacou o seriado 13 Razões, que causou polêmica por abordar o tema suicídio na TV fechada.
O jovem Joab Farias, presente ao bate papo, abordou a indiferença e a hipocrisia da sociedade, que debate o tema no mês de alerta, mas durante o resto do ano se comporta de forma “tóxica” um com os outros. Ele lembrou também do aspecto cultural que induz ao suicídio, citando como exemplo o milenar código de honra japonês.
Elogiando a abordagem do jovem Joab, o presidente do TJAP utilizou a mesma expressão ao refletir que muitas vezes as coorporações desenvolvem projetos e programas, acreditando que são favoráveis à vida, mas que muitas vezes são “tóxicos” ao bem estar das pessoas. Ele ressaltou também que a sua geração “liberou demais os filhos”, no sentido de não manter certas tradições, “como a adoção de uma religião e seus valores morais, inclusive o de valorização da vida”.
Entre tantos bons serviços prestados pelo CVV, a ONG agora lançou mão das novas tecnologias e está lançando um aplicativo para celular, que irá favorecer o voluntariado virtual. Nessa modalidade, a partir de um treinamento também virtual feito por meio do portal da entidade, as pessoas poderão engrossar as fileiras da solidariedade e prestar auxílio a partir de suas casas, por intermédio de um computador ou do próprio celular. “Cada vez mais temos que utilizar a tecnologia como nossa aliada”, finalizou o coordenador Vander Silva.
Serviço:
Portal CVV: https://www.cvv.org.br/
Chat CVV: https://www.cvv.org.br/chat/
E-mail CVV: https://www.cvv.org.br/e-mail/
Curso para voluntários: https://www.cvv.org.br/inscricao-para-novos-voluntarios/
Telefone: 141
- Macapá, 26 de setembro de 2017 -
Assessoria de Comunicação Social
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- Criado: Terça, 26 Setembro 2017 01:00