Em entrevista ao Programa de Rádio do Judiciário, Diretor da Escola Agrícola Pe. João Piamarta pede apoio para não fechar as portas da instituição

PADREVALDENIR 2Em campanha por mais apoio às obras da Escola Agrícola Padre João Piamarta, que acolhe e educa crianças e adolescentes do sexo masculino em situação de vulnerabilidade social, o Padre Valdeni Costa de Jesus, atual diretor da instituição católica, concedeu entrevista ao programa radiofônico Justiça em Casa, que vai ao ar pela Rádio Universitária (96,9 FM) todas as quintas-feiras, às 15 horas. A escola tem 27 anos de existência e há nove anos está sob a responsabilidade da Congregação Sagrada Família de Nazaré.

 

PADREVALDENIR 7Localizada no Distrito do Coração, com acesso pela Rodovia Estadual Duca Serra, o trabalho social da instituição começou com o padre italiano Luis Brusadelli, que chegou ao Amapá por volta de 1983 e logo visualizou a necessidade de realizar uma atividade social no município de Santana. Buscou apoio com amigos pessoais da Itália e com os integrantes do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME) no estado.

PADREVALDENIR 6Durante os primeiros anos de existência, a Escola Agrícola era vinculada à Casa da Hospitalidade e fazia parte das obras sociais da Diocese de Macapá. A partir de 2008 o Bispo Diocesano Dom Pedro José Conti autorizou a desvinculação da instituição e sua afiliação à Escola Profissional Padre João Piamarta, que assumiu todas as responsabilidades. Desde então os religiosos piamartinos estão no Amapá cumprindo essa missão. Por 14 anos a escola foi dirigida pelo Pe. Eusébio Gehlen Rossa e a partir de janeiro de 2016 pelo Pe. brasileiro Valdeni Costa.

Com a chegada dos piamartinos houve uma mudança de foco no trabalho da escola. Quando no início de suas atividades, o Pe. Brusadelli buscava atender adolescentes e jovens em conflito com a Lei, aqueles que já se encontravam em situação de rejeição pela totalidade das instituições de ensino. A Congregação Sagrada Família de Nazaré tem um foco diferenciado. “Nosso carisma é trabalhar com as crianças, adolescentes e jovens que estão em situação de vulnerabilidade. Acolher e acompanhá-los até um nível profissional ou um curso superior”, explica Pe. Valdeni.

Para isso a Escola Agrícola realiza suas atividades em estreita relação com o Poder Judiciário e demais instituições de apoio à Infância e Juventude. Para lá são encaminhados aqueles meninos que vem de situações de violência e abandono familiar. “Não trabalhamos com crianças e jovens infratores ou usuários de drogas. Ainda hoje há pessoas que confundem essa missão e nos procuram para acolher dependentes químicos, o que não fazemos. Nosso trabalho é preventivo”, enfatizou o padre.

PADREVALDENIR 10“As crianças são encaminhadas para nós pelo Conselho Tutelar, por meio da Vara da Infância e Juventude, que determina o acolhimento institucional até que se conclua o processo junto à família. Na instituição a prioridade é o estudo, organizamos a documentação e logo encaminhamos para a escola”, relata o diretor. Na Escola Agrícola Pe. João Piamarta, além do ensino fundamental, os acolhidos têm atividades esportivas, artísticos culturais e de práticas agrícolas.

Atualmente a instituição abriga 24 garotos, em regime de famílias sociais. Eles moram em número máximo de oito em cada casa, cuidados por casais ou mães sociais. “A nossa metodologia é a do Amor, lógico com muita disciplina. Eles têm toda uma programação desde a hora que acordam até a hora de dormir, com reforço escolar e atividades socioeducativas”, exemplifica.

A direção da escola realiza peregrinações por instituições de educação privada, renomadas, e tem conseguido bolsas de estudos para os alunos. Todos os casos são de sucesso, com meninos apresentando desempenho excelente. “Na hora de repassar valores, frisamos muito com eles a questão das oportunidades. Eles não têm culpa do passado, mas tem responsabilidade com presente e com o futuro. E as oportunidades que são oferecidas a eles são únicas”, define o padre.

“No Colégio Sta. Bartoloméia Capitâneo, por exemplo, três alunos bolsistas superaram em notas alunos que estão na escola particular há muito anos”, conta ele feliz. “Eu digo, com muita propriedade, que, quando lhes é dada oportunidade, eles realmente valorizam, levam com afinco e correspondem”, afirma. “Temos meninos com bolsas na Skill Idiomas e no Colégio Expansivo”, complementa. O Tribunal de Justiça do Amapá também é parceiro de projeto, acolhendo como bolsistas alunos do ensino médio acolhidos pela instituição.

Todo esse trabalho tem um custo alto. A Escola Agrícola Pe. João Piamarta é uma instituição sem fins lucrativos. Para manter o trabalho social e educacional, aluga duas escolas para o Governo do Estado, mas os constantes e longos atrasos no pagamento dos aluguéis prejudica o trabalho na ponta, no acolhimento. Até a data de hoje nenhuma parcela dos aluguéis referentes a 2017 foi repassada. “Dependemos 90% desses aluguéis”, conta o padre.

Antes do convênio com o Governo do Estado, a instituição era mantida com doações que vinham da Itália. “Tínhamos uma grande ajuda que vinha da Europa, com um grupo de benfeitores que vinha nos meses de julho e finais de ano fazer reformas, trazer recursos. Com a crise que assolou a Europa, perdemos esse apoio. A Fundação Marcelo Cândia que apoia várias entidades do Brasil e da África, nos ajuda com pequenas reformas e projetos. Mas, manter esse trabalho é a principal dor de cabeça que temos hoje. Cogitamos até fechar a Escola Agrícola”, desabafa o padre. “Digo sem receio que nesse quesito de apoio do governo e do município temos muito pouco”, conclui.

Hoje a Escola sobrevive de doações de alimentos, roupas, sapatos, brinquedos, material de higiene, de limpeza. Há um grupo de pessoas que sempre ajuda, mas é preciso mais envolvimento da sociedade. As doações em dinheiro podem ser depositadas no Banco Santander, agência 3191, conta corrente 13000116-4, CNPJ 073551180015-85; Banco do Brasil, agência 3346-4, conta corrente 45497-4 da Escola Agrícola Pe. João Piamarta. Telefones 99177-8396 e 98140-3065.

O Padre Valdeni enfatiza o convite para que as pessoas conheçam a escola. “Chegando ao Distrito do Coração tem uma placa indicativa passando a lombada. É só seguir pelo ramal do meio, por 2,5 km e chegar à escola. Quando as pessoas veem o trabalho, tem a real noção. Elas conversam com os meninos, com a equipe, com as mães sociais e podem constatar a magnitude do trabalho”, convidou.

-Macapá, 20 de julho de 2017-

Assessoria de Comunicação Social
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