TJAP participa do lançamento do projeto “Namoro sem violência” de iniciativa do CAMUF
Namoro violento não é amor!”. Com essa afirmativa, a Secretaria Estadual de Política para as Mulheres lançou a campanha “Namoro sem violência, que terá como foco inicial a juventude da rede estadual de ensino.
A apresentação da campanha ocorreu no salão nobre do Palácio do Setentrião, por sua idealizadora a pedagoga Alessandra Brito Coelho, técnica do Centro de Atendimento à Mulher e à Família – CAMUF. O juiz Augusto César Gomes Leite, do Juizado Especial Criminal da Comarca de Macapá, esteve presente no evento.
A partir de um questionário aplicado a alunos de cinco escolas públicas estaduais, o CAMUF constatou a ocorrência dos diversos tipos de violência que acontecem nas relações afetivas entre os jovens. Segundo a concepção do projeto, é necessário fazer o trabalho de esclarecimento e prevenção junto à juventude, porque as condutas violentas na maioria das vezes não são percebidas pelos próprios envolvidos, que as reproduzem nos relacionamentos da vida adulta, levando ao agravamento das práticas agressivas.
“Iremos às escolas dar voz aos jovens, por meio de rodas de conversa, palestras, vídeos de sensibilização, aprofundamento dos questionários, culminando com um grande manifesto construído com a colaboração da juventude”, explicou Alessandra Brito. Segundo ela, é preciso criar ambientes propícios para que esses rapazes e moças desenvolvam uma consciência crítica acerca de relações tirânicas e o impacto da violência nas relações de namoro.
“O principal objetivo é fazer com que os jovens possam perceber quando estão dentro de uma relação abusiva, quando o ciúme é normalmente confundido com demonstração de amor”, esclarece Alessandra. Na sua percepção, a violência no namoro ainda é invisível na sociedade. “Falamos muito da violência doméstica, mas não podemos esquecer que tudo começa no namoro, quando as famílias começam a se formar”, justifica.
No entendimento da secretária extraordinária de políticas para mulheres, Aline Gurgel, o trabalho deverá envolver as famílias dos adolescentes, por meio dos conselhos escolares, que reúnem pais, técnicos e professores. “Muitos casos de violência, detectados na pesquisa que realizamos para elaboração do projeto, ocorrem no namoro e longe do ambiente familiar, daí a importância de darmos ciência aos pais e envolvermos as famílias nesse combate”, afirmou a secretária.
Aline Gurgel enfatizou também o caráter inovador do projeto, que nasce no Amapá e não tem paralelo em outros estados da Federação. “A maioria dos jovens não tem consciência de que vivenciam uma situação de violência no namoro. Quando analisamos os questionários aplicados a eles, tivemos um susto porque de cada dez, sete estavam passando por uma relação abusiva”, contou a secretária.
Segundo ela, o alerta máximo se deu quando esses jovens passaram a procurar a escola e declarar que não tinham essa consciência e que já haviam pensado, inclusive, em suicídio. “Vamos organizar uma força tarefa e entrar nas 400 escolas que existem no Amapá”, finalizou a secretária.
-Macapá, 19 de junho de 2017-
Assessoria de Comunicação Social
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- Criado: Segunda, 19 Junho 2017 05:33