“Pacificar a sociedade é uma permanente tarefa, que não pode ser apenas do Judiciário, mas de todas as pessoas”, diz Desembargadora Sueli Pini durante curso para servidores da Cea e Caesa

nupemeccaesa 16 Começou nesta segunda-feira (05) o curso “Técnicas de Resolução de Conflitos” direcionado para servidores da Caesa e CEA. Ambas entidades de economia mista estão entre as empresas com maior número de judicializações, ou seja, integrando processos na Justiça, seja como autoras ou rés. (VISUALIZAR FOTOS)

nupemeccaesa 4 Só a CEA demanda, atualmente, cerca de quatro mil processos junto ao Judiciário Estadual. Auxiliar essas companhias a diminuir as judicializações é a desafiadora tarefa que está sendo desenvolvida pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos – Nupemec/TJAP.

Na abertura do curso, a desembargadora e presidente do Nupemec, Sueli Pini, se referiu ao público presente como “verdadeiros soldados”. Para ela, pacificar a sociedade é uma gigantesca tarefa, que não pode ser apenas do Judiciário, mas de todas as frentes.

nupemeccaesa 5 O curso, aplicado pelas instrutoras do Nupemec, credenciadas pelo CNJ, Sônia Ribeiro e Conceição Meireles, não aborda apenas as relações conflituosas entre empresa e clientes, mas também ensina técnicas de mediação e conciliação que podem ser utilizadas em qualquer circunstância da vida.

“Vivemos em uma cidade com altíssimo índice de violência, com muita coisa fora do lugar e baixa qualidade de vida. Uma sociedade que não cuida dos seus idosos, das suas crianças, da limpeza, do zelo habitacional e dos espaços coletivos, tem muito de errado. Uma aldeia como a nossa urge de bons soldados para ajudar a pacificá-la”, analisa a desembargadora.

As técnicas ensinadas no curso desenvolvem a capacidade de negociação, mediação, conciliação e restauração de relações interpessoais rompidas pelos conflitos. Entre as práticas utilizadas, está a de justiça restaurativa.

nupemeccaesa 13 É consenso no Judiciário brasileiro que sozinho não se consegue pacificar a sociedade. Para contribuir com a sociedade, o Conselho Nacional de Justiça criou o Movimento Nacional da Conciliação capacitando não só magistrados e servidores da Justiça em métodos de resolução consensuada de conflitos, mas também cidadãos das mais diversas frentes de atuação no corpo social, tanto públicas quanto privadas. “Cea e Caesa realizam um grande atendimento de balcão. Em relação à Cea, por exemplo, quase 100% da população é consumidora de seus serviços de distribuição de energia elétrica, havendo um considerável volume de conflitos de interesses surgidos dessa relação impondo, portando, que se aprimore o atendimento, podendo o Tribunal contribuir para a instalação, dentro das companhias, de núcleos de mediação e negociação”, contou a Desembargadora.

nupemeccaesa 1 Uma das pioneiras na disseminação das práticas de mediação no Amapá, a desembargadora Sueli Pini avalia que na raiz da cultura da judicialização está o paternalismo de estado, marcadamente presente no Brasil e no Amapá especialmente. “Aqui se judicializa até certame de festa junina”, exemplificou. Para ela, a população precisa aprender a solucionar grande parte dos seus conflitos cotidianos sem acionar o Estado/juiz. “Isso enobrece, amadurece e responsabiliza o indivíduo”, avalia. “Esse paternalismo, que faz com que parte significativa da comunidade espere sempre que as soluções venham de um poder constituído, do estado, infantiliza as relações sociais”, argumenta a desembargadora.

Como exemplo, ela cita o culto à personalidade de um antigo governante, que ainda hoje é admirado por suas atitudes. “Há uma ode a um antigo governador local porque diariamente, no final das tardes, ele saía pela ruas fiscalizando as habitações e fechando janelas e portas para que as pessoas se recolhessem, e elas lembram disso com saudosismo, quando deveriam se envergonhar. Ora, o Estado bom é esse que vem até fechar a minha janela? Algo está errado com uma sociedade tão dependente assim”, questiona a magistrada.

Essa mudança de mentalidade está na base dos procedimentos de capacitação do Nupemec. “Nosso trabalho é de longo prazo para ajudar a desabituação gradual de dependência da sociedade em relação ao Estado. A Justiça é caríssima e quando se defende que o Estado tem que diminuir, fala-se inclusive do Judiciário”, argumenta.

nupemeccaesa 15 Logo no início do treinamento, as instrutoras desafiam os participantes a desconstruir velhos paradigmas e modos de agir e pensar “robotizados”. Confiar no colega de trabalho é o primeiro desafio. Para isso, elas conduziram uma dinâmica na qual três pessoas se revezam em papéis de pêndulo e amparo. “Deixar nosso corpo cair e confiar que o colega será capaz de segurar e evitar nossa queda é um desafio que, à primeira vista, pode parecer brincadeira, mas no cotidiano se mostra muito desafiador nas relações de trabalho”, explica Sônia Ribeiro.

nupemeccaesa 10 João Paulo Belo é servidor da CEA e foi o primeiro voluntário a se apresentar para a dinâmica. “Temos que aprender a ter confiança no outro. No início a gente tem a sensação de que vai cair, mas logo em seguida sente a força do parceiro que nos ampara e nos projeta cuidadosamente de volta. Com o tempo a gente adquire a confiança de ir sem medo. No ambiente de trabalho, e confiar um serviço importante para que o colega faça, numa necessidade, é ficar confiante de que aquele serviço será feito com a mesma qualidade que você faria”, avaliou o servidor.

nupemeccaesa 6 Para Maria Josineide Ramos dos Santos, gerente de gestão de pessoal da Caesa, o curso tem grande importância para uma Companhia com muitos servidores e grande volume de atendimento ao público. “Temos conflitos que podem ser solucionados sem que a Justiça precise ser acionada. Participamos de um primeiro momento de sensibilização e hoje contamos com 30 servidores participando desse módulo. Mas, já temos uma lista de reserva de servidores interessados em adquirir esses novos conhecimentos”, informou a gerente.

O curso de “Técnicas de Resolução de Conflitos” acontecerá até o dia 09 de junho, sempre das 14 às 18 horas, no plenário do Tribunal de Justiça do Amapá. Mais informações sobre capacitações proporcionadas pelo Nupemec podem ser adquiridas pelo Zap Nupemec: (96) 99126.3805.

 

- Macapá, 08 de junho de 2017 -
Assessoria de Comunicação Social
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