O programa de mediação na Escola Estadual São José, no IAPEN, concorrerá ao Prêmio Innovare
Mário Denis Costa é um entusiasmado psicopedagogo que integra o Núcleo de Mediação de Conflitos instalado na Escola Estadual São José, que funciona dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá – IAPEN. A prática, implantada pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais e Solução de Conflitos – NUPEMEC, em cooperação com a escola, está prestes a concorrer ao Prêmio Innovare 2017. A boa notícia foi relatada por Mário Dênis no programa radiofônico Conciliando as Diferenças, do Tribunal de Justiça do Amapá, que vai ao ar todas as quartas-feiras às 15 horas, através da Rádio Universitária (96,9 FM).
“É o trabalho de uma grande equipe, que atende os detentos da Penitenciária que estão devidamente matriculados na Escola Estadual São José, oriundos tanto no chamado cadeião masculino, quanto do setor feminino”, explica o psicopedagogo. A ideia é trabalhar principalmente na prevenção de conflitos, que no presídio ocorrem de forma mais intensa, em razão da pressão proveniente da situação em que se encontram os presos.
A equipe elaborou um rol das atividades que atuam para reduzir esses conflitos, que em geral surgem de rixas entre os detentos, e que ocorrem fora da escola, mas como envolvem alunos, acabam recaindo sobre o educandário para que o Núcleo realize o trabalho de conciliação. “Tem surtido um efeito muito grande, tanto que não registramos recorrências nesses atendimentos”, relata Mário Denis.
Os próprios detentos auxiliam na conciliação após passarem por treinamento proporcionado pelo NUPEMEC. É uma forma de incluí-los nas atividades para que eles disseminem essa cultura de pacificação e urbanidade entre os demais detentos. São pessoas que tem um perfil de liderança, que tem força junto aos presos e com o conhecimento da mediação passam a fazer bom uso dessa liderança. “Quando o detento procura a escola, a gente já enxerga ali um potencial de melhora, de alguém que tem vontade de mudar, de ter uma atitude diferente para quando sair da prisão, ou mesmo lá dentro, transformando a sua ação, os seus conceitos e os seus valores”, explica.
Detentos com esse perfil são chamados a atuar junto ao Núcleo de Conciliação. O psicopedagogo considera que “para eles é mais fácil conduzir a solução dos conflitos, que muitas vezes iniciam por motivos banais, a partir da habilidade que já possuem, aliada ao conhecimento sobre a mediação de conflitos que absorvem no treinamento”.
O Núcleo também trabalha com palestras e oficinas educativas sobre mediação de conflitos, que acontecem todo final de mês. Esse conjunto de atividades tem resultados muito positivos na prevenção dos atritos. “Por todo esse empenho fomos indicados para nos inscrever ao Prêmio Innovare, e estamos muito eufóricos e felizes com essa iniciativa porque é um reconhecimento a nossa dedicação na Penitenciária. Esse trabalho é o único no Brasil com essas características”, exulta Mário.
Esse ano o Prêmio Innovare tem como tema especial as inovações em prol da melhoria do Sistema Carcerário e da ressocialização dos detentos. O Prêmio está em sua 14ª edição e é concedido pelo Instituto Innovare, uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivos principais e permanentes a identificação, premiação e divulgação de práticas do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e de advogados que estejam contribuindo para a modernização, a democratização do acesso, a efetividade e a racionalização do Sistema Judicial Brasileiro.
A Justiça do Amapá já foi agraciada com duas Menções Honrosas do Innovare. Uma em 2005, com o programa “Justiça Preventiva na Escola – Incluir e Educar para não Precisar Responsabilizar” e outra em 2007 com a prática de Turma Recursal Itinerante.
- Macapá, 09 de maio de 2017-
Assessoria de Comunicação Social
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- Criado: Segunda, 08 Mai 2017 23:18