IV Fonamec: Tribunal de Justiça do Amapá apresenta boas práticas durante o Fórum Nacional de Mediação

IV FONAMEC 2Juízes coordenadores e representantes de seis tribunais de Justiça brasileiros apresentaram as boas práticas implementadas nos Estados de Amapá, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Pará, São Paulo e Distrito Federal. A atividade fez parte da programação do IV Fórum Nacional da Mediação e Conciliação (Fonamec), que ocorreu no TJMT, em Cuiabá.

 

IV FONAMEC 1O primeiro painel foi apresentado pelo juiz coordenador do programa Justiça Comunitária em Mato Grosso, José Antonio Bezerra Filho, que falou sobre as vertentes de atuação do programa que abrange o projeto Ribeirinho Cidadão, desenvolvido nas etapas fluvial e terrestre. Em um vídeo institucional, o magistrado demonstrou o volume de atendimentos realizados em um ano e oito meses de atuação, que resultou na realização de mais de 90 mil procedimentos médicos, odontológicos e de prestação de serviços. Assim como a execução de 170 audiências de mediação. Atualmente, o programa conta mais de 80 parceiros voluntários entre os entes públicos e privados.

“O Justiça Comunitária tem como foco fazer a diferença na vida do cidadão, daquelas pessoas que têm mais dificuldade de acessar os serviços públicos, que, por meio do programa, são levados às comunidades mais longínquas. Usamos a jurisdicatura para fazer o bem ao próximo, independente de onde viva”, ressaltou o juiz.

IV FONAMECO segundo painel foi dividido em dois temas. A primeira parte foi conduzida pela supervisora de mediação e conciliação do Centro Judiciário de Solução de Conflitos (Cejusc) do Rio Grande do Sul, Dionara Oliver Albuquerque, que discorreu sobre o ‘projeto pedagógico de formação continuada de mediadores e conciliadores’, traçando o histórico dos principais dispositivos consensuais de solução de disputas utilizados no ordenamento nacional, do Império ao novo CPC. “Diante das evoluções relacionadas à mediação e conciliação moldamos nossos cursos de capacitação básica e avançada, que no Rio Grande tem como diferencial a formação do mediador de família e de conflitos coletivos envolvendo políticas públicas que se utiliza de teorias aplicadas, simulados e práticas em casos reais para o aprendizado”.

IV FONAMEC 6Na sequência, o coordenador do Nupemec do TJRS, desembargador Heleno Saraiva, expôs o ‘projeto de gestão e sistema informatizado’ da unidade, no qual apresentou casos de sucesso solucionados pela mediação que teve como auxílio o acompanhamento da oficina de parentalidade. O projeto propõe a substituição do sistema usual de mediação que já é efetivado nas comarcas de Gravataí e Viamão. “Em uma hora e meia nós executamos duas ações, a audiência de mediação e a de parentalidade, o resultado tem sido muito positivo. Tivemos 60% de acordos fechados, 86% dos atendidos ficaram satisfeitos com a mediação e 91% deles recomendariam o serviço a outros que necessitem da Justiça. Ganhamos significativamente em agilidade de solução de conflitos em comparação ao andamento tradicional”.

O ‘projeto Linha Direta Judicial’ foi o tema do terceiro painel, relatado pela juíza coordenadora do Cejusc Famaz do Pará, Ana Patrícia Fernandes, que falou sobre a parceria realizada com a companhia concessionária de energia do Estado, convênio que retraiu a judicialização contra a empresa. “Esse trabalho colaborativo tem obtido grandes frutos, a exemplo da redução do prazo de solução dos conflitos que antes era de 45 dias, hoje sai em menos de um mês. A parceria que atua nas frentes extraprocessual e processual também diminuiu o custo processual, além do número de ingresso de lides, desafogando o Judiciário paraense. Em oito meses de trabalho já fechamos 541 acordos”, frisou.

O quarto painel foi explanado pelo juiz coordenador do Cejusc Central de São Paulo, Ricardo Pereira Junior, que versou sobre o ‘fluxo do posto bancário’ efetuado por meio da parceria firmada com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). “Sabíamos que nossos maiores litigantes eram os bancos, então decidimos que precisávamos unir forças para reduzir esse volume de ações. Para isso, usamos a resolução 125/2010 como base para formalizar o convênio. E deu certo, mas para isso preparamos nossos prepostos, habilitamos as instituições bancárias nos autos, concentramos pautas e para melhoria fazemos avaliação prévia e posterior às sessões. Em decorrência dessa parceria obtivemos crescimento das taxas de acordos, que chegam a 50% hoje”.

A ‘Pauta específica nos Juizados Especiais’ foi a quinta temática abordada nos painéis do IV Fonamec. A boa prática foi proferida pelo segundo vice-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), desembargador José Jacinto Costa Carvalho, que fez um panorama histórico de implantação dos 18 juizados no Estado, enfatizando a concentração da pauta específica no Cejusc JEC que abrange seis juizados cíveis. “Hoje, o Judiciário trabalha conjuntamente com 12 grupos comerciais privados. Para fazerem parte do nosso rol e utilizar a pauta específica foram avaliados por meio de padrões estabelecidos e aqueles que se enquadraram receberam selos de qualidade do TJDFT. Essa análise é feita anualmente. A nova metodologia nos possibilitou projetar a diferença entre as pautas convencional e a específica, sendo que o nível de acordos na específica é bem superior, registrando 75% para a convencional e 81,7% na específica”.

IV FONAMEC 5As apresentações das boas práticas foram encerradas pela supervisora do Nupemec do TJAP, Conceição Meireles, que no sexto painel falou sobre o ‘procedimento diferenciado de formação de mediadores e conciliadores – conciliação pré-processual no Segundo Grau’. Ela informou que o Tribunal amapaense está empenhado na difusão da política pública de pacificação social e para disseminá-la são empregadas duas frentes de qualificação dos mediadores e conciliadores que se subdividem em mediadores judiciais e conciliadores escolares. “Nossas formações estão segmentadas em módulos que passam pela capacitação teórica, estágio supervisionado, execução de projeto social e certificação”.

IV FONAMEC 7Outra novidade citada pela supervisora é a possibilidade de solicitação online da conciliação pré-processual do Segundo Grau, feita diretamente no Portal do Tribunal do Amapá. “Oferecemos essa opção porque não temos um Cejusc físico instalado, mas queríamos oferecer o serviço que consideramos de grande valia para a desjudicialização”, concluiu.

Fonte: TJMT

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