Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude realiza o I Seminário Sobre Adoção
A Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Amapá realizou o I Seminário Estadual de Adoção, com o tema “Adoção: Fenômeno Biológico, Social, Psicológico e Jurídico”. O evento aconteceu no plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá. (VISUALIZAR FOTOS)
O objetivo do evento foi promover um diálogo sobre os desafios da adoção no Estado, nas suas múltiplas dimensões, seja psicológica, social, cultural e jurídica, de modo, a encontrar caminhos a seguir, superar desafios visando assegurar o direito a convivência familiar às crianças e adolescentes que tiveram esse direito rompido.
A Presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, Desembargadora Sueli Pini, é mãe adotiva e disse que o Tribunal de Justiça tem se preocupado com o tema de adoção e procura estimular o debate na sociedade. Para a Desembargadora-Presidente esse seminário é o início de um bom ciclo de debates sobre adoção.
“Com esse I Seminário Estadual de Adoção queremos quebrar mitos, é sempre bom e atual falar desse assunto. Vale lembrar que nós temos uma legislação que precisa ser revisada, as pessoas ainda encontram dificuldades para adotar devido o fato do legislador está preocupado em assegurar o bem estar da criança, ele acaba criando algumas medidas que dificultam esse processo. Eu penso que a adoção precisa ser um processo simplificado”.
Para a Coordenadora Estadual da Infância e Juventude, Desembargadora Stella Ramos, é gratificante começar a semana com a promoção do evento, e ressaltou que a sua realização é fruto de um grande trabalho.
“Estamos todos reunidos para debater um tema importante, ainda tabu, que precisamos discutir de forma aberta e com informação precisa e dados. A sociedade amapaense precisa de mais informação para que ela se sinta mais segura e não tenha medo ao buscar a adoção”, ressaltou a desembargadora.
A Juíza de Direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Santana, Larissa Noronha, parabenizou a todos os envolvidos na organização do seminário e que discutir esse tema é muito esclarecedor para a população.
“O tema é muito bem vindo na área da Infância e Juventude e o que pudermos fazer para mudar a vida das pessoas é importante. Ainda há pessoas que pensam e querem adotar, mas ainda têm o receio por acharem que é um processo difícil. Atualmente o caminho está mais fácil e aberto para todas as famílias”, informou a juíza.
Para o juiz da Vara da Infância e Juventude de Laranjal do Jari, Almiro do Socorro Avelar, quem procura adotar precisa ter o conhecimento atual do procedimento da adoção. “O ato de adotar é importante para essas crianças que não têm um lar, para que possam ter o direito da convivência familiar”.
A Presidente do Grupo de Apoio à Adoção, Cássia Navarro, destacou que no dia 25 de maio, se comemora o Dia Nacional da Adoção, por isso a necessidade desse debate.
“Adoção é um tema que merece todo o respeito, é atual, é formação de famílias por meio do amor, do afeto e do respeito. Se você for o pai biológico e não adotar o seu filho no coração, isso não significa nada. Por meio da adoção mostramos que a família se forma pelo amor e afeto”.
O I Seminário Estadual de Adoção teve na sua programação a exposição do tema: Fenômeno da adoção na perspectiva da psicologia; Dilemas da adoção e o cadastro Nacional de adoção. A realização de mesa redonda com o tema: Adoção no Estado do Amapá, desafios e avanços. Além de debate com direito a perguntas do público presente.
Entre os palestrantes, especialistas renomados no assunto como o casal Luiz Schettini Filho e Suzana Sofia Moeller Schettini. O palestrante Luiz Schettini Filho disse que era sua segunda vez em Macapá. A primeira vez em que esteve foi também em um evento do Judiciário do Amapá.
“Hoje é uma satisfação em ver a evolução que se fez aqui no Amapá em relação à adoção. É preciso que se entenda que a criança antes de ser filho, é uma pessoa. Os pais antes de serem pais, são pessoas também. Somos todos singulares, e temos nossas características. Portanto quando adotamos um filho, estamos adotando uma pessoa com a sua história própria e uma forma peculiar de interpretação do mundo com suas potencialidades e limitações. Adoção está inserida nesse contexto da pessoalidade”, disse o palestrante
Magistrados, servidores, colaboradores e mais de 400 inscritos estiveram presentes no evento. O professor Ricardo Aguilar, pai adotivo da Maria Fernanda (02 anos), disse que achou necessária a presença de outros pais adotivos no evento.
“É importante, nós pais adotivos, estarmos participando desse seminário, para desvincular que a adoção é uma caridade, ela é um ato de amor. Escolhemos amar uma criança. No caso da Maria Fernanda, meu parceiro e eu tínhamos um projeto de ter um filho, e quando ela apareceu, percebemos que o filho vem até nós, e nós a adotamos e estamos com ela há dois anos e sete meses”, comemorou.
Ainda durante o Seminário, houve o lançamento da cartilha sobre adoção, publicada pela Associação dos Magistrados do Brasil, e com autorização, o Tribunal de Justiça do Amapá fez adaptações.
“Essa cartilha faz parte do nosso debate e pode ser importante para os estudantes e pessoas que não são familiarizados com o assunto. Ela está didática, com bastante conteúdo e será de grande utilidade. É o segundo lançamento da cartilha que o Tribunal de Justiça faz, e quero crer que ela será acessível, bem explicada e que possamos tirar as dúvidas que restarem”, informou a Desembargadora Stella Ramos.
O I Seminário Estadual de Adoção teve como parceiros Juizado da Infância e Juventude-Área Cível e Administrativa; Vara da Infância e Juventude da Comarca de Santana; Centro Judiciário de Resolução de Conflitos e Cidadania-Central de Conciliação; Grupo de Apoio à Adoção, Ministério Público do Estado do Amapá; Faculdade IMMES, FAMA e Estácio SEAMA.
- Macapá, 26 de maio de 2015 -
Texto: Hugo Reis
Fotos: Adson Rodrigues
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- Criado: Terça, 26 Mai 2015 02:04