Sessão Solene em homenagem ao Desembargador Dôglas Evangelista

Familiares, amigos, integrantes da Justiça do Amapá e autoridades em geral participaram da Sessão Solene em homenagem ao Decano da Instituição, Desembargador Dôglas Evangelista Ramos, por ocasião de sua aposentadoria ao completar 70 anos. Com isso, ele encerra sua trajetória na magistratura do Amapá. Ultimamente exercia o cargo de Vice-Presidente na Corte amapaense. (VISUALIZAR FOTOS)

Na abertura, o Presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, Desembargador Luiz Carlos Gomes dos Santos, entregou aos componentes da mesa de honra um livro que contém o legado do homenageado, sua dedicação e realizações no processo de instalação e consolidação da Justiça estadual, nos 22 anos que marcaram seu desembargo.

Em seguida, o Desembargador-Presidente Luiz Carlos ressaltou a necessidade de prestar uma homenagem justíssima ao grande homem público que é. Primeiro em reconhecimento a vida dedicada à aplicação de uma justiça que dignifica o cidadão; depois pela amizade e pela competência que sempre pautaram os ideais do Desembargador Dôglas Evangelista Ramos como integrante do Judiciário.

Representando o colegiado, o Desembargador Carmo Antônio de Souza lembrou as origens do amigo, da adolescência pobre, em Barreiras, no Estado da Bahia, e do ofício de sapateiro que ajudava nas despesas de casa. Ele ressaltou que nada foi entrave para o jovem Dôglas, cujos sonhos estavam muito além de seu tempo. “Ele foi tudo em termos de Justiça”, afirmou.

Falou ainda do curso de Direito na Universidade de Brasília, em 1971, e das aprovações em concursos, dentre eles para a magistratura, onde exerceu os cargos de juiz federal, em Porto Velho-RO, e depois em Macapá. O Des. Carmo Antônio lembrou que, pela atuação, o Decano foi chamado pelo então governador Aníbal Barcelos para formar o Tribunal de Justiça. Coube a ele a responsabilidade dos nomes dos desembargadores que iriam compor o TJAP. Em janeiro de 1991 foi empossado ao desembargo.

Ele prosseguiu o discurso salientando que, por força de lei, o Des. Dôglas Ramos “é obrigado a deixar a atividade funcional que tanto se dedicou e honrou. E ignorando a longevidade humana, priva aquele que, dotado de um cabedal cognitivo extraordinário e uma lucidez invejável, ainda se encontra em perfeitas condições de contribuir com o seu vasto conhecimento jurídico. Em nome do nosso Tribunal, foi uma honra tê-lo conosco. Muito obrigado por sua amizade e pelo seu companheirismo”.

Em seguida, o Desembargador Luiz Carlos Gomes dos Santos entregou a placa da homenagem com os seguintes dizeres: “Desembargador Dôglas, afortunado por uma personalidade carismática e de singular espírito democrático e conciliador, que sempre soube fazer e conservar amigos, merece de todos eterno reconhecimento pelos longos anos de trabalho e méritos incontáveis, especialmente, os dedicados à Justiça e ao Estado do Amapá. Sua vida sempre foi pautada à dedicação à família, às pessoas e ao Judiciário. Sendo referência de simplicidade para todos. Com criatividade e visão de futuro, comandou a instalação do Judiciário amapaense, nos moldes que atualmente se conserva 22 anos depois. Hoje, o Poder Judiciário do Amapá presta a Vossa Excelência esta justa homenagem, em reconhecimento aos relevantíssimos serviços prestados a este Estado. Sempre com extraordinária dedicação, coragem e honradez, nos cargos de juiz e desembargador, o que foi decisivo para a consolidação de um Judiciário moderno, vanguardista e acessível a todas as gentes deste rincão, o lindo torrão do Amapá. Receba nossa eterna gratidão e reconhecimento por ter dedicado sua vida e seu conhecimento em prol do Judiciário brasileiro. Será sempre lembrado como o timoneiro e comandante maior da Justiça Tucuju”.

Ao receber a honraria, o Desembargador Dôglas Evangelista Ramos descreveu os sonhos que foram se concretizando em sua vida, desde o sonho de seus pais quando sonharam em ter aquele que viria a ser o primeiro Presidente do TJAP. Sonhos esses que foram direcionando os passos que o futuro juiz e desembargador viria a dar. Sonhos de um Judiciário onde pobres e ricos tivessem acesso.

No fim dessa etapa de sua vida, o Desembargador se diz feliz pelos projetos realizados. Especialmente porque vê a Justiça do Amapá funcionando bem, e isso o deixa plenamente realizado. Com orgulho ele afirmou: “Deixo a Justiça do Amapá para entrar em sua história, na qual tenho satisfação de ter construído e lutarei até o último dia da minha vida. O meu muito obrigado a todos”.

Na segunda parte do evento, o Sindicato dos Serventuários da Justiça apresentou um vídeo com manifestação de apreço e amizade ao Desembargador, dentre eles, o Desembargador aposentado Mário Gurtyev de Queiroz, que disse: “o Dôglas é como aquele grande guarda chuva que ampara a todos. Ele é justo com os jurisdicionados, é justo com os colegas, é justo com todos. É de uma bondade incomum, Tem um grande espírito conciliador. Eu não gostaria de estar no Tribunal sem ele”.

Também não faltou no acontecimento momento de espiritualidade. O padre Aldenor Santos destacou a vocação onde cada um é chamado a exercê-la com dignidade em prol do outro.

O representante do Centro Espírita do Amapá, Manoel Felipe, pontuou a fé como elo com Deus, pois ela abre as oportunidades. Ele falou dos sonhos do Desembargador. “No sonho prece, Deus lhe concedeu contemplar a realização deles”, disse.

O pastor Maurício Pereira, ressaltou também, que, "por meio dos sonhos, Deus quis se servir de homens bons, de coração reto, justo e generoso, como o seu, para praticar na terra justiça”.

O coral do Tribunal de Justiça abrilhantou o avento com as canções “Emanuel” e “Kirie”. Ao final das homenagens a cantora Letícia Adriani apresentou a canção “Pai, um pouco de Você”, ocasião em que os filhos e netos do homenageado lhe entregaram uma rosa branca em sinal de amor e gratidão. Todos cantaram parabéns ao aniversariante.

-Macapá, 13 de Novembro de 2013

Texto: Edson Carvalho

Fotos: Adson Rodrigues

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Criado: Quarta, 13 Novembro 2013 06:19