Intervenção artística marca encerramento da Campanha Maio Laranja
Como você reagiria caso se deparasse com a cena de um homem assediando em via pública uma aluna menor de idade ao sair da escola? Você se manteria neutro ou tomaria alguma atitude para impedir a violência? A reação do aluno Marcos Gabriel Sousa de 13 anos, aluno do 8º ano da Escola Estadual Barão do Rio Branco, foi de chamar ajuda da coordenação da escola e dizer o que estava acontecendo. “Fiquei pensando, será que ninguém vai fazer nada? Então sai correndo para a escola e chamei a direção, na hora tive medo e raiva. Espero que as pessoas tomem mais cuidado e em qualquer caso de assédio gritem e denunciem”, afirmou.
Marcos Gabriel foi uma das pessoas que passavam e presenciaram a intervenção artística, promovida pelo Tribunal de Justiça do Amapá como um experimento social, no qual foi encenado um assédio sexual a uma aluna menor de 18 anos. A intervenção artística ocorreu na tarde desta terça-feira (31), em frente a Escola Estadual Barão do Rio Branco.
A iniciativa teve como objetivo provocar reflexões e o diálogo entre a sociedade, sobre o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A intervenção artística integrou a campanha Maio Laranja, que neste ano abordou a temática “Viva Sem Violência! Proteja-se!”.
A ação foi encenada pelos atores Beatriz Nonato e Rauan Rechene. No papel da aluna menor de idade assediada, Beatriz ressaltou a importância da intervenção como mudança de perspectivas e quebras de paradigmas. “Por meio deste experimento social, plantamos uma sementinha para quebrar aquele velho ditado e dizer que a qualquer sinal de abuso, grite e denuncie”, garantiu a atriz.
Beatriz Nonato, que tem 24 anos, disse ainda como foi sua preparação para entrar no personagem. “Eu me emocionei de verdade, pois ao interpretar um papel de uma aluna menor de idade, que sai da escola para ir para sua casa e no caminho sofrer um assédio é, sem dúvida, uma indignação, pois muitas meninas sofrem isso diariamente”, lamentou. “Entretanto, pude receber o acolhimento das pessoas ali na hora que me deram o apoio e me veio a emoção na hora, tem gente pra ajudar, tinha gente observando, então acho que conseguimos repassar a mensagem que queríamos, que é de proteger nossos adolescentes”, ressaltou a atriz.
Rauan Rechene, ator que interpretou o homem assediador durante a ação, revelou a apreensão ao viver um papel tão desafiador. “Foi um grande desafio interpretar algo que tanto condeno e me senti apreensivo por poder receber alguma reação mais calorosa”, relatou. “Mas fiquei muito satisfeito por ver que as pessoas tomaram a atitude para repreender o abusador e pude perceber que, ao ser descoberto, várias pessoas acolheram e protegeram a vítima. Infelizmente esse tipo de situação pode acontecer em qualquer lugar e essa intervenção artística foi apenas para ilustrar uma situação que infelizmente acontece todos os dias, por isso a importância de denunciar e não se calar”, defendeu o ator.
As atrizes Roberta Picanço e Rechene Amim, que interpretaram a população que reagiu, ratificaram a importância da arte como instrumento de transformação social. “Levamos até o cidadão um apelo para que possamos um dia erradicar esse mal que, ainda, tanto aflige nossas crianças e adolescentes”, destacou a atriz Rechene Amim.
Marcilene Lobato, psicóloga da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Santana, disse que esse tipo de violência infelizmente faz parte do cotidiano de muitas famílias. “Não podemos fechar os olhos pra isso e quando vemos um ente querido ou um acontecimento como esse numa praça, queremos logo defender e buscar ajuda para essa criança e adolescente. A denúncia é o primeiro passo, mas buscar apoio psicológico e abrigo, além do encorajamento e apoio da família, também são medidas essenciais”, defendeu.
A Intervenção Artística foi interpretada por atores do Maré, grupo teatral que existe formalmente desde 2005, mas atua desde 1987. “Estamos no mercado artístico há mais de 30 anos e é sempre uma satisfação fazer esse tipo de trabalho, no qual podemos levar essa conscientização não só para crianças, jovens e adultos, mas para todos, seja de forma lúdica ou realista”, declarou a atriz Roberta Picanço.
- Macapá, 1º de junho de 2022 -
Assessoria de Comunicação Social
Texto: Fernanda Picanço
Fotos: Flávio Lacerda
Central de Atendimento ao Público do TJAP: (96) 3312.3800
Siga-nos no Twitter: @Tjap_Oficial
Facebook: Tribunal de Justiça do Amapá
You Tube: TJAP Notícia
- Detalhes
- Criado: Quarta, 01 Junho 2022 11:18