Juiz Carlos Fernando defende o uso de abordagem sistêmica e outras ferramentas das práticas restaurativas e constelação familiar na solução de conflitos
Conflitos que chegam à Justiça muitas vezes são motivados por narrativas e influências que escapam aos autos do processo e precisam de uma abordagem sistêmica, mais detida e humanizada para que se produza uma solução efetiva – por vezes amigável. É o que defende o titular da 4ª Vara de Família, Órfãos e Sucessões da Comarca de Macapá, juiz Carlos Fernando Silva Ramos em entrevista ao Programa Justiça no Ar. (CLIQUE AQUI E CONFIRA NA ÍNTEGRA)
De acordo com o magistrado, um conflito, qualquer que seja, pode ser entendido de forma sistêmica ao levar em consideração contextos, relações e os papéis desempenhados por personagens que às vezes nem estão no centro da disputa. “Fatos do passado, afetos e pessoas – que em um conflito familiar, como o divórcio, podem ser os filhos ou mesmo pai e mãe de uma das partes – podem influenciar a situação que terminou chegando ali na Justiça”, afirmou.
“Para compreender melhor o que está havendo, costumo – além de ler o processo, mas sem me limitar a ele – perguntar às partes: o que trouxe vocês aqui”, narrou, “e às vezes é nessa hora que percebo o que realmente está causando o conflito, mais do que o que consta no papel”.
Estudioso de constelações familiares e outras técnicas semelhantes há vários anos, o juiz acredita que uma solução bem construída, por mais que demande uma negociação eventualmente mais demorada, pode produzir economia processual ao gerar uma solução mais efetiva, definitiva e cumprida pelas partes. “A celeridade é importante, mas não é um valor e si mesma. É preciso ser célere, mas não apressado, ou isso compromete a qualidade e efetividade da solução encontrada”, defendeu.
As pessoas envolvidas em conflitos prestes a serem judicializados, ou já judicializados, o magistrado aconselhou procurar ajuda especializada com profissionais treinados em negociação, práticas restaurativas, constelação familiar e abordagem sistêmica. “Fora do âmbito da busca por ajuda profissional, mas dentro deste campo de conhecimento, o que posso aconselhar é: escute o outro”, propôs.
“Escutar, sem julgamento, sem tentar formular uma resposta, com empatia e buscando compreender o que levou o outro a ter aquele posicionamento, sentir-se daquela forma, nos ajuda muito a negociar e resolver um conflito”, concluiu o juiz.
- Macapá, 18 de outubro de 2021 -
Assessoria de Comunicação Social
Texto: Aloísio Menescal
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- Criado: Segunda, 18 Outubro 2021 11:23