Juízes do 3° Concurso da Magistratura do Amapá completam 25 anos de posse nesta segunda-feira (09)
O dia 09 de agosto é uma data muito especial para o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), pois marca o aniversário de 25 anos da posse dos magistrados aprovados no 3° Concurso da Magistratura Amapaense. Nesta data, no ano de 1996, o então desembargador-presidente Mário Gurtyev, hoje aposentado, empossou os magistrados: Augusto César Gomes Leite, Matias Pires Neto, José Bonifácio Lima da Mata, Paulo César do Vale Madeira, Keila Christine Banha Bastos Utzig, Liége Cristina de Vasconcelos Ramos Gomes, Thina Luiza D’Almeida Gomes dos Santos Sousa, Luiz Nazareno Borges Hausseler (aposentado) e Samuel Rubem Zoldan Uchôa (aposentado). O juiz Normandes Sousa também integra esta turma, porém, tomou posse em janeiro de 1997.
Segundo o juiz Augusto César Gomes Leite, titular do Juizado Criminal da Comarca de Macapá, a aprovação no concurso foi um símbolo de uma vitória e a coroação de uma longa preparação. “Esses 25 anos representam não só o sonho realizado como a prática efetiva da Justiça, pois por meio do nosso trabalho e nossos esforços conseguimos trazer à comunidade e aos jurisdicionados um alento”, defendeu.
“Foram 25 anos de muitas lutas, muitas vitórias e algumas frustrações, mas são duas décadas e meia de muito trabalho, estudo e dedicação ao Poder Judiciário, mas principalmente ao jurisdicionado”, concluiu o magistrado.
O juiz Matias Pires Neto, titular da 5ª Vara Criminal da Comarca de Macapá, relata que só ao ser convidado para a entrevista lembrou que completaria 25 anos de magistratura. “Esse matrimônio faz bodas de prata e em agosto de 1996 tomávamos posse, na maioria muito novos – eu mesmo tinha apenas 25 anos”, registrou. O magistrado, ostentando a primeira toga que usou quando ingressou na magistratura, observou que “esse torçal amarelado é testemunha do tempo que estamos aqui”.
“Com tudo que a magistratura vive hoje, ataques, tentativas de retirada de garantias, ainda é uma carreira muito almejada, por vezes com mais de 12 mil candidaturas para pouquíssimas vagas”, ponderou. “É uma carreira ainda hoje surpreendente e desafiadora, mas os pontos positivos superam em muito os negativos e eu era bem jovem, com muitos sonhos e otimista sobre mudar o mundo para melhor, mas acredito que fiz tudo o que era possível neste sentido e creio que ainda posso contribuir bastante”, concluiu a juíza.
De acordo com o juiz José Bonifácio Lima da Mata, presidente da Associação dos Magistrados do Amapá (AMAAP) e titular da 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Santana, 25 anos são muito tempo para se comemorar qualquer coisa, “mas confesso que, para mim, parece que foi ontem”.
“É uma realização muito grande, inclusive eu vinha perseguindo esse concurso há muitos anos, pois formado em 1986, só consegui aprovação em 1996”, relatou. “Lá em Aragarças-GO, eu lavava carros perto do Fórum da cidade, lavando os carros de serventuários e magistrados, e eu via o respeito que as pessoas tinham pela autoridade”, contou o juiz Bonifácio.
“Completei em março deste ano os 37 anos de serviço e estou apto para me aposentar, apenas não me aposentei por estar aguardando encerrar o mandato à frente da AMAAP”, registrou o juiz Bonifácio, para em seguida acrescentar que “a magistratura foi tudo na minha vida”.
“Meu sonho era ser magistrado, juiz de 1º Grau. Uma vez conquistado, meu outro sonho foi presidir a AMAAP, que também conquistei no ano passado, eleito por meus pares. Assim, me sinto realizado e quite com minhas missões”, concluiu o juiz José Bonifácio Lima da Mata.
O juiz Paulo Madeira, titular da 6ª Vara Cível e de Fazenda Pública da Comarca de Macapá, também integrante da 3ª Turma de juízes, relata que tornar-se magistrado não estava em seus planos iniciais. “Pretendia atuar como advogado, em projetos sociais com os quais eu já era envolvido à época, mas sem condições financeiras de montar um escritório com estrutura adequada e boa localização eu só conseguia sobreviver e abastecer meu fusca, então resolvi estudar para um concurso mais simples para fazer um pé de meia por um ou dois anos e retomar a advocacia”, relatou.
Aprovado para o TRE-MA, foi convidado a ser assessor jurídico de um desembargador no TJ-MA e foi ali que despertou a vontade de ser juiz. “Vi que era um magistrado muito correto, muito sério, zeloso, nos dava liberdade para trabalhar como assessores, e foi ali que o desembargador José Ribamar de Andrade (falecido em 2021, com mais de 90 anos) me inspirou”, ressaltou.
Após essa experiência, o juiz Paulo Madeira chegou a ser aprovado em dois concursos quase simultâneos, para promotor de Justiça no MP-MA e para juiz de Direito no TJAP. “Tenho muito carinho, orgulho e apreço pelos colegas do meu concurso, inclusive o Samuel, já aposentado e padrinho do meu filho, por termos criado essa solidez de amizade, respeito. São pessoas que me inspiraram e me inspiram até hoje”, concluiu.
A juíza Thina D’Almeida, titular do 2º Juizado Especial Cível Central de Macapá, explica que entrou na Justiça do Amapá aos 23 anos, recém-formada, como servidora. “Quem me inspirou foi meu pai Luiz Carlos, promotor de Justiça à epóca e em seguida desembargador, e minha ideia sempre foi seguir essa carreira, mas no período estava grávida e precisei abandonar o concurso do MP-AP e me dedicar só ao da magistratura”, relatou.
“Da nossa turma, no 3º Concurso para Magistrados do TJAP, só posso dizer que são todos amigos muito presentes em minha vida, inclusive o juiz Matias Pires é meu colega desde a 5ª Série e cursou Direito junto comigo e muitos de nós estudamos juntos para esse concurso”, contou a magistrada.
Sobre futuro, a juíza diz que não formula muitas expectativas nesse sentido. “Não sei dizer se está nos meus planos alçar o máximo da magistratura, pois prefiro esperar para ver o que Deus me reserva”, observou, acrescentando que “viver o dia a dia da magistratura e amadurecer com essa experiência, esse é meu futuro na magistratura”.
A titular da 1ª Vara Cível e de Fazenda Pública da Comarca de Macapá, juíza Liége Cristina de Vasconcelos Ramos Gomes, também integrou a 3ª Turma de Magistrados. “Fazer parte do Judiciário Amapaense é uma honra, pois sempre obtive condições de trabalho, oportunidades para aperfeiçoamento profissional e para implementação de todas as medidas inovadoras para levar a prestação jurisdicional de forma adequada e célere aos cidadãos”, garantiu a magistrada.
“Isso tudo contribuiu e me valorizou como pessoa e profissional ao longo desses 25 anos”, comemora a juíza. “Celebrar as bodas de prata de uma Justiça de vanguarda não tem preço, tanto é que durante a pandemia fomos imbatíveis. Não paramos e tivemos todo apoio para implementar as medidas necessárias e tecnológicas para isso”, concluiu a magistrada Liége Gomes.
O juiz Normandes Antônio de Sousa, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Macapá, relembra que se assustou há algumas semanas quando fez as contas e percebeu que já fazia 25 anos que a aprovação tinha sido anunciada. “Os colegas dessa turma foram fundamentais para meu crescimento e amadurecimento profissional, pois via as sentenças do juiz Augusto Leite e pensava: ‘nossa, quero escrever como ele’, aí via o dinamismo do juiz Paulo Madeira, a experiência do juiz Samuel Zoldan e isso tudo me inspirava a crescer e melhorar a cada dia”, relatou o magistrado.
Desde que assumiu o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em janeiro de 2017, o juiz diz que se sente em casa. “Estou bem aqui e não penso em sair, pois já surgiram várias promoções, mas estou trabalhando em um serviço que eu gosto e onde eu posso ajudar”, garantiu.
Sobre os próximos 25 anos, o magistrado espera apenas envelhecer com serenidade, ajudando da forma que puder e cumprindo sua missão profissional. “Não tenho muitos sonhos, como ser desembargador, mas se Deus me colocar nesse caminho e for bom para a população e para o estado, pode ter certeza de que não vou ficar de braços cruzados”, assegurou.
Sobre a aprovação na 3ª Turma de Magistrados, o juiz Normandes lembrou que antes da divulgação oficial, recebeu uma ligação anunciando uma boa e uma má notícia: “a boa era que eu tinha passado, a ruim é que não tomaria posse com os outros nove colegas em 09 de agosto, mas somente em 04 de janeiro de 1997”.
“Mas foi maravilhoso, pois foi um período de preparação, trabalhei no STJ, pois tinha sido aprovado lá, mas tudo que saía nos jornais sobre o Amapá eu lia”, concluiu o juiz Normandes Sousa.
- Macapá, 09 de agosto de 2021 -
Assessoria de Comunicação Social
Texto: Aloísio Menescal
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- Criado: Segunda, 09 Agosto 2021 08:20