Mulheres da Justiça: juíza Marina Vidal é a homenageada da série de reportagens especiais que mostra histórias de vida na magistratura

MULHERES_DA_JUSTICA_MARINA_VIDAL.jpeg"Moro no Amapá desde os 4 anos de idade, quando meus pais vieram a trabalho. Fui embora, passei um tempo fora, voltando em 2004, quando passei no concurso para ser Técnica Judiciária do Tribunal de Justiça do Amapá. Depois, em 2010, fui aprovada para a magistratura, que foi um sonho realizado, e a certeza de um trabalho árduo, mas muito gratificante. Desde que entrei na faculdade meu primeiro pensamento foi esse, não tive rodeios e nem outros desvios. A magistratura sempre foi aquilo que eu busquei desde o primeiro semestre", diz a juíza Marina Vidal.

Nascida no Piauí, a juíza Marina Vidal veio para o Amapá com apenas 4 anos e foi no norte do país, alternando entre Belém e Macapá, que ela iniciou e completou o ensino fundamental e médio. Desde pequena sabia que queria seguir a carreira da magistratura, por isso, escolheu o Direito como curso superior, iniciando seus estudos na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), mas retornou ao estado após ser aprovada em concurso para um cargo técnico do Tribunal de Justiça do Amapá, em 2004, mas seis anos depois ingressou na carreira a que estava destinada: a da magistratura.

Participante do quadro “Mulheres da Justiça: Série Juízas”, a magistrada nos conta sobre o início da carreira e reflete sobre temas como a humanização da magistratura, os impactos causados pela pandemia nas audiências e o que espera da justiça do futuro.

 

Um judiciário mais próximo da sociedade

"Antes existia um judiciário mais encastelado, mais distante da sociedade. Hoje, essa interação, seja por práticas de conciliação, ou pela aproximação, ainda que virtual, causada pela pandemia, desfez esse conceito. A magistratura também teve, nos últimos anos, o ingresso de juízes mais jovens, certamente, isso atribuiu à magistratura uma humanidade maior, trazendo uma leveza. O magistrado, por vezes, é colocado como uma figura que julga pessoas, mas nós julgamos os fatos que nos são postos, fatos esses que, tão somente, foram praticados por pessoas."

 

Adaptações na pandemia

"Exercer a magistratura na pandemia tem sido um desafio diário. Desde março do ano passado, nós tentamos nos adaptar a cada uma das fases. Uma primeira mais assustadora, que não sabíamos como agir e aos poucos fomos nos ajustando, e agora essa, em que já sabemos lidar e tentamos extrair disso o melhor, com celeridade na execução dos atos. Acho que sempre podemos tirar dos momentos de desespero, um grande aprendizado."

 

Amadurecimento do processo

"Uma das partes que mais me realiza, são os processos de guarda. Quando os pais já estão desgastados e ao final visualizamos uma harmonia naquilo. Isso exige muita paciência e tranquilidade da gente. Eu tive alguns processos de guarda no interior, e um que lembro bem, em que o filho morava com a mãe, havendo nesse caso alienação parental, troca de ameaças e vários fatores desgastantes.Mas depois de 2 anos, com audiências quase que semanais, chegamos a um acordo incrível, com o amadurecimento deles, da criança e até meu."

 

A presença do judiciário no interior do estado

"O papel da justiça nos interiores da Amazônia é algo mais singular. Sempre digo que os magistrados são formadores de opinião, como um norte, um direcionamento, para que as pessoas tentem não cometer tantos delitos e conciliar mais dentro de casa. E é isso que eu sempre busco conversar com as partes nas audiências. Nós tentamos nos ajustar de alguma forma a essa realidade do interior e fazer o que é possível."

 

Trazer ao jurisdicionado a paz social

"A justiça do Amapá é muito jovem, tem apenas 30 anos, mas é muito conhecida, e eu me orgulho de dizer que faço parte dela, porque é uma justiça célere, descomplicada e íntegra. Quero que esse seja o espelho da justiça em todos os lugares, acredito que o nosso Tribunal sirva como exemplo. Quero que a Justiça amapaense do futuro tenha como principal objetivo trazer para o jurisdicionado a paz social, através de julgamentos equânimes."

 

Desarmar as partes e buscar harmonia das relações

"O maior desafio nas audiências é desarmar as partes, porque elas chegam às audiências achando que nós somos aquelas pessoas de outrora encasteladas, distantes, e quando a gente começa a sorrir e brincar, sem perder formalidade e o protocolo do ato, essa imagem mais formal começa a cair por terra”.

“Outra objeção é que, às vezes, vejo que as pessoas buscam transferir a responsabilidade de dialogar entre si para o judiciário. Certamente, a lide sociológica não vai ser resolvida com uma decisão judicial, se não houver uma compreensão mais ampla, não tem harmonização dessas relações."

 

Macapá, 30 de Março de 2021 -

Assessoria de Comunicação Social
Texto: Eloisa Silva
Central de Atendimento ao Público do TJAP: (96) 3312.3800
Siga-nos no Twitter: @Tjap_Oficial
Facebook: Tribunal de Justiça do Amapá
You Tube: TJAP Notícias
Flickr: www.flickr.com/photos/tjap_oficial
Instagram: @tjap_oficial

Selo Ouro CNJ Selo 28 Anos TJAP Sessões online Parceiros Digitais

O Tribunal de Justiça do Estado do Amapá utiliza cookies em seu portal e Aplicativos para controle de navegação no site e geração de informações estatísticas, os quais são armazenados apenas em caráter temporário para melhorar a experiência do usuário. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com esse monitoramento. Conheça nossa Política de Privacidade, Cookies e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD