“Série Mulheres da Justiça”: conheça a juíza Joenilda Lobato

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“Como juíza, sou uma servidora pública, então, eu sirvo o público e por isso tenho que dar o meu melhor” (Joenilda Lobato)

Mulher amazônida, a juíza Joenilda Lobato Silva nasceu e se criou em solo amapaense. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Amapá, em 1997, e, apesar de o direito não fazer parte de seus planos iniciais, ela acredita nos propósitos de Deus para sua vida. Antes de atuar na área, exerceu o cargo de escrivã na Polícia Civil do Amapá por dois anos. Iniciou sua trajetória no TJAP ao ser aprovada em concurso público para Auxiliar Judiciário. Anos depois, em 2003, foi aprovada em concurso da magistratura e tornou-se juíza de direito, posição que ocupa há 19 anos. Atualmente, é titular na 3ª Vara de Família de Macapá, mas já passou pelas comarcas de Serra do Navio e Porto Grande. Com uma trajetória marcada pela sensibilidade e uma vida guiada pela fé, a magistrada é a segunda participante do quadro “Mulheres da Justiça: Série Juízas” e conta um pouco de seu trabalho e os momentos que singularizaram seu percurso pela Justiça Tucuju e a sua luta contra o câncer.  

Profissão e vida familiar

“Um dos meus maiores desafios, como mulher e juíza, é conciliar a profissão, família e as demais demandas, sem que alguma coisa fique fora do lugar. Às vezes, a gente se concentra em algo e acabamos não dando a devida atenção a outras. Então, manter o equilíbrio entre oferecer o meu melhor como juíza e na minha vida pessoal é um dos desafios que busco trabalhar todos os dias.”

Sensibilidade de ver no outro nas necessidades dele

“Eu busco ser sensível e empática com todos aqueles que chegam até mim, seja servidor, parte ou advogado, não importa a posição que a pessoa esteja, tenho a sensibilidade de olhar o outro nas necessidades dele. Sempre prezo e passo para as pessoas que trabalham comigo no gabinete, que tratem as pessoas melhor do que você gostaria de ser tratado. Como juíza, sou uma servidora pública, então, eu sirvo o público e por isso tenho que dar o meu melhor para ele.

Eu vi o desespero no olhar, e eu precisava fazer alguma coisa

 “Uma história que me deixou bastante sensibilizada, entre tantas outras nos meus anos de magistratura, foi a de um adolescente, de 13 anos, que queria muito ficar com a mãe em Macapá, mas o pai era de outro estado. Então, ele e a mãe chegaram desesperados porque o pai estava com uma liminar para levá-lo, ele chegou para mim e disse que só queria que alguém o ouvisse. Naquele momento, eu vi o desespero no olhar dele, e eu precisava fazer alguma coisa. Então, eu me comprometi com aquela causa, chamei toda a equipe para se dedicar ao caso e nós conseguimos reverter a situação com uma liminar, que foi acatada pelo pai e não levou ele.”

 

O propósito da magistratura

“Depois que comecei a atuar como juíza de direito, muitas coisas que aconteceram serviram para confirmar minhas experiências espirituais. Uma semana antes da minha promoção para a Comarca de Macapá, eu estava em oração com alguns fiéis, quando uma das mulheres ali presentes, que eu não conhecia, olhou para mim e disse: ‘Deus manda lhe dizer que ele devolve para você uma cadeira que é sua de direito, eu vejo pessoas em uma sala decidindo isso’. No momento, eu não entendi nada, mas depois de uma semana, o Diretor-Geral do TJAP me ligou cancelando a minha remoção para Santana, dizendo que pela legislação, somente eu poderia assumir a 3ª Vara de Família de Macapá, que era algo que eu pedia nas minhas orações.”

 

A luta contra o câncer

“Em 2018, soube que estava com câncer, uma notícia muito forte, mas o que fez a diferença na minha história foi a confiança e a fé de que Deus estava no controle da minha vida. Então, quando isso aconteceu, eu tive um momento muito especial com Deus, onde ele dizia para mim que iria segurar a minha mão até o fim e que eu ia passar por essa prova, mas eu venceria. Isso determinou minha vitória, porque depois desse momento, todas respostas que traziam a mim em relação a minha saúde, eu ressignificava, porque eu confiava na promessa. Isso fez com que eu vencesse todas as etapas do meu tratamento”.

“Esse recado veio até mim através de uma visão logo após eu receber o meu diagnóstico, quando meu filho  e eu estávamos prestes a atravessar uma ponte. Ele segurava minha mão e dizia que não conseguiria, e eu olhava para ele e falava: ‘meu filho nós vamos conseguir, a mamãe está segurando na sua mão, nós vamos atravessar juntos’. Mesmo com medo, ele atravessou. Na hora que a gente iniciou a travessia, eu logo entendi que assim Deus iria fazer comigo, que ele atravessaria aquele momento comigo”.

A boca fala do que o coração está cheio

“Todos nós teremos um fim, todos somos limitados nessa terra, mas quando temos consciência desse tempo nos desesperamos. O que temos que entender é que, independente da situação, quem determina o tempo final é Deus, e que, enquanto se está vivo, é necessário lutar. Mesmo se te falarem que você só tem três meses de vida, que era o que os médicos me diziam, eu negava e dizia que teria o tempo que Deus tivesse programado para mim e eu confiava que ele queria mais para minha vida. Quando você traça um caminho diferente daquele que te deram, tuas células começam a lutar contra aquela sentença, é necessário vir de dentro para fora. Na palavra de Deus, tem a seguinte frase: ‘a boca fala do que está cheio o coração’, então, se tua boca professa, você vai superar, a mudança vai ser gerada dentro de você.”

 

Meu maior sonho é tornar as Varas de Famílias em centros de tratamentos

“Entre tantas histórias para contar e situações que passei nas Varas de Família, as que mais me desafiam são casos de guarda que eu sei que ambos os pais têm totais condições de cuidar do filho.É uma decisão que precisa minimamente acalmar o coração das famílias, principalmente das crianças, pois sei o quanto esses filhos vão sofrer e precisam de ambos os pais. Nestes momentos, preciso tomar uma decisão mais crítica. Meu maior sonho é tornar as Varas de Famílias em centros de tratamentos, não só um espaço onde se dá a sentença de espaços e decisões, mas que possamos tratar as famílias dentro da esfera judicial.”

 

Ver uma pessoa através de vídeo, não é a mesma coisa que olhar nos olhos

“Para nós, das Varas de Família, um dos maiores desafios é adequar a tecnologia com esse olhar mais sensível que precisamos ter com as famílias. Ver uma pessoa através de vídeo, não é a mesma coisa que olhar nos olhos, que no presencial acontece quando as partes estão de frente uma para outra. Isso é um grande desafio, fazer com que elas se entendam sem esse contato. Outro desafio é encontrar meios para que as pessoas não percam a possibilidade de vir até a justiça, porque têm pessoas que não têm condições de ter um equipamento ou conexão de qualidade.”

 

Uma música que toca o coração

“Por conta do que eu passei na minha superação do câncer, a música que ficou ecoando na minha mente foi ‘Quão grande é meu Deus’. Foi com essa música que, nos momentos de sofrimento, eu me alimentava. Ela determinou um tempo de vitória e milagre na minha vida.”

 

Confiança e esperança

“Temos que aprender a confiar, independente da circunstância, que apesar das dificuldades sempre podemos voltar ao nosso Pai, pedir ajuda a ele e ter esperança para que algo novo possa acontecer.”

- Macapá, 17 de Março de 2021 -

 Assessoria de Comunicação Social

Texto: Eloísa Silva

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