Nossa Reverência às servidoras Rosemary Fernandes e Severa Alda
- Macapá, 09 de setembro de 2016-
Duas pessoas, duas vidas, duas histórias, dois grandes exemplos. Em comum, a determinação, o compromisso, a disponibilidade, a alegria, a confiança, a honestidade, a dedicação e, acima de tudo, a preocupação de em todos os dias fazer o melhor pelo aprimoramento do Judiciário do Estado. Foram dias, meses e anos de dedicação. Momentos únicos que demonstraram amor ao trabalho bem feito e ao eficiente atendimento aos usuários.
ROSEMARY e SEVERA ALDA, ambas recentemente aposentadas, são motivos de orgulho da Justiça do Amapá, pois prestaram relevantes serviços à sociedade.
ROSEMARY FERNANDES DO NASCIMENTO PEREIRA, nasceu em Belém do Pará, no dia 23 de setembro de 1964, fruto da união e do amor do casal Pedro Pereira do Nascimento e de Diva de Nazaré Fernandes do Nascimento. Casada com o servidor público João Fábio da Costa Pereira, é mãe da linda jovem Juliana do Nascimento Pereira, de 11 anos, sua paixão inesgotável.
O COMEÇO
Aos seis anos de vida começou sua caminhada em busca do conhecimento na antiga Escola Agrupada Presidente Vargas, na Avenida Henrique Galúcio, próximo à Praça Floriano Peixoto, no Bairro do Trem. Concluiu o ensino médio no Colégio Amapaense. Formou-se em PEDAGOGIA na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), em 2006.
Seu primeiro emprego foi de SECRETÁRIA ADMINISTRATIVA na Super Lojas, um empreendimento que comercializava produtos eletrodomésticos no centro de Belém, em 1981, onde também estudou. Estagiou no Banco da Amazônia (BASA) no Departamento de Recursos Humanos, por dois anos, período que adquiriu amplo conhecimento da atividade.
Em maio de 1994, participou de um concurso público da Justiça do Estado do Amapá, visando uma vaga na Vara Única do Município de Amapá, ficando em quinto lugar, porém não assumiu porque havia apenas uma vaga disponível para preenchimento do cargo de Técnico Judiciário.
No mesmo ano, surgiu uma nova oportunidade e se inscreveu para o concurso da Vara única do Município de Serra do Navio. Fez as provas no mês de julho e veio o tão esperado resultado positivo. Foi aprovada em primeiro lugar.
Nomeada no dia 7 de julho de 1994, no cargo de AUXILIAR JUDICIÁRIO e empossada no dia 22 de julho, Rosemary começou a desenvolver suas funções no mesmo dia de sua posse, ao lado da juíza Eleusa da Silva Muniz, com quem trabalhou por dois anos.
“Quando comecei a trabalhar no município de Serra do Navio tudo era difícil, os recursos eram parcos, não havia informatização e trabalhávamos com máquinas de datilografia. Porém, a chefe de secretária interina Maria de Jesus conseguiu uma máquina de escrever eletrônica para facilitar o nosso trabalho, mas eu não tinha nenhum conhecimento de como manuseá-la. Recordo de um episódio que serviu para testar a minha vontade, a decisão, o meu destino no serviço ao Tribunal de Justiça do Amapá. Foi quando participei de uma audiência realizada pela juíza Eleusa da Silva Muniz, que foi extremamente paciente comigo. Era um processo de três réus, onde o interrogatório tinha que ser gravado para fazermos a transcrição através da impressão utilizando a nova máquina eletrônica. Eu estava muito nervosa e na hora apertei o botão errado e deletei (apaguei) todas as informações do interrogatório, sendo necessário refazer tudo novamente. Nesse dia tive vontade de desistir de tudo, foi muito estressante. A audiência começou oito horas da manhã e terminou cinco horas da tarde. Foi uma experiência terrível, um dia cansativo, angustiante, mas sobrevivi. Contudo, foi necessário apenas uma semana para que eu pudesse adquirir conhecimento para desenvolver bem as minhas atividades profissionais ao lado da juíza Eleusa e das demais servidoras que me ajudaram bastante nesse processo de aperfeiçoamento das atividades funcionais. Esse episódio serviu para fortalecer a minha decisão, a minha vontade de trabalhar no Judiciário e fazer sempre o melhor”.
Rosemary Fernandes participou das primeiras iniciativas da justiça itinerante, então realizadas no município de Serra do Navio, nas comunidades rurais de Água Branca do Amapari e Cachaço, localizadas a muitos quilômetros da sede do Município.
Nessas comunidades havia muita demanda de conflitos e de promoção da cidadania. Centenas de pessoas que foram atraídas para trabalhar nos empreendimentos de minérios da região não tinham efetivo acesso à Justiça.
Ao lado da juíza Eleusa Muniz, de promotores de Justiça e defensores públicos, Rosemary auxiliou, orientou e atendeu a população que necessitava de serviços essenciais que a Justiça oferecia na região como: emissão de registro de nascimento, especialmente os tardios, pois era comum jovens e adultos não terem assento de nascimento (o documento básico de qualquer pessoa), além de atender demandas cíveis e criminais, participando das audiências realizadas pela juíza.
Após cumprir com muita competência sua função na Comarca de Serra do Navio, onde adquiriu uma importante experiência e conhecimento sobre os procedimentos dos serviços prestados pela Justiça, Rosemary galgou novos passos e foi designada para trabalhar na Seção de Cadastro do Departamento de Recursos Humanos do Tribunal de Justiça, ao lado da diretora Lídia Gomes Pereira, no antigo prédio da Rua Leopoldo Machado, altos da hoje extinta loja A Creditar.
Em fevereiro de 1997, houve a inauguração do prédio-sede do Tribunal de Justiça do Amapá, localizado na Rua General Rondon, no centro de Macapá, onde deu continuidade às funções de chefe da Seção de Cadastro, sob a supervisão do então diretor Veridiano Colares, até 2008.
“Quando eu cheguei aqui em Macapá para trabalhar no Tribunal de Justiça, no antigo Departamento de Recursos Humanos (DRH/TJAP), a minha expectativa era muito grande, pois era um novo desafio na minha vida. Passamos apenas seis meses trabalhando no prédio da Rua Leopoldo Machado, um lugar muito pequeno e inadequado para a execução das nossas funções. Quando houve a mudança para o prédio-sede do Tribunal de Justiça, tive a oportunidade de trabalhar ao lado do diretor Veridiano Colares, que nos orientou a bem executarmos as muitas tarefas do dia a dia. Tudo isso acabou resultando em bons frutos. O segredo era o trabalho em equipe, de forma unida, auxiliando uns aos outros. A nossa convivência era harmoniosa, éramos na verdade uma família trabalhando de forma coesa, cuidando e servindo muito bem aos anseios dos serventuários do Tribunal de Justiça”.
A atuação profissional de Rosemary a credenciou para cuidar da FOLHA DE PAGAMENTO dos serventuários do Tribunal da Justiça do Amapá, um cargo de extrema responsabilidade na estrutura do Judiciário, onde se dedicou por oito anos
ROSEMARY FERNANDES DO NASCIMENTO PEREIRA, devido a problemas sérios de saúde, aposentou-se por invalidez.
“Eu agradeço a Deus a oportunidade de ter atuado tantos anos no Tribunal de Justiça do Amapá. Local onde pude trabalhar com forte dedicação e determinação. Tudo o que fiz foi com muito carinho e paixão. Estou muito honrada com esta homenagem que o Tribunal de Justiça está fazendo hoje para mim. Eu posso dizer que valeu a pena todo o meu esforço. Me doei em todos os momentos e fico feliz por ter contribuído para construir uma das melhores Justiças do país. Agradeço todo o reconhecimento do meu trabalho.
O Judiciário do Amapá agradece, reconhece e valoriza os dias de alegria, tristezas, preocupações, esforços, determinação e acima de tudo a exemplar profissional dedicada na consolidação da Justiça do Estado. Foram mais de 20 anos de TRABALHO imprescindível, dedicados ao engrandecimento de uma instituição organizada e bem estruturada.
ROSEMARY FERNANDES DO NASCIMENTO PEREIRA, o Judiciário é que agradece por você ter feito parte do quadro de serventuário e da história da Justiça do Estado do Amapá. Você é motivo de ORGULHO para todos os servidores do TJAP e também ao cidadão amapaense.
SEVERA ALDA
A trajetória de SEVERA ALDA DOS REIS PEGADO começa em Belém do Pará, com seu nascimento no dia 07 de fevereiro de 1956. Filha do casal paraense, Agenor Alírio Paiva Pegado e dona Aldalita dos Reis Pegado, começou a trilhar o caminho dos estudos quando tinha sete anos de vida no Grupo Escolar Dom Pedro II, localizado na Travessa Lomas Valentina, no Bairro do Marco, na Capital paraense, onde estudou até a 5ª série.
Mãe exemplar da empreendedora Maryane Pegado do Vale (Du Vales Bolos Caseiros) e da estudante Polyane dos Reis Pegado, sua “filha do coração” que está no 3º ano da Escola Aquarela. Ambas são as paixões de sua vida.
Continuou os passos educacionais na Escola Técnica Federal do Pará, fazendo o curso profissionalizante em EDIFICAÇÕES por quatro anos, fase que serviu para preparar sua vida profissional.
SEVERA ALDA é bacharel em SERVIÇO SOCIAL pela Universidade da Amazônia (UNAMA), onde estudou de 1986 a 1989. No mesmo período, cursou ADMINISTRAÇÃO na Faculdade Moderno. Porém, seu coração optou pelo desafio da ASSISTÊNCIA SOCIAL.
O destino de Severa Alda começava a ser traçado. Sua missão seria servir ao outro de forma técnica e humana. Sua vida, seus esforços, seus conhecimentos, suas ações seriam dedicados aos menos favorecidos, às pessoas que necessitavam de inclusão social.
O potencial profissional de Severa Alda almejava por projetos grandiosos. Seu vasto conhecimento aspirava atividades em que pudesse demonstrar a sua força vocacional: CUIDAR BEM DAS PESSOAS.
“Meu sonho de adolescência era ser ASSISTENTE SOCIAL. Estudei, me esforcei, me dediquei e consegui chegar ao meu objetivo. Fui aprovada em dois cursos e o meu coração fez sua escolha: o caminho do Serviço Social”, relembra.
A cada dia de trabalho, Severa Alda se agigantava. Na verdade estava apenas se preparando para cumprir seu mais relevante desafio. Porém, antes de chegar esse momento, desenvolveu relevantes serviços na Secretaria de Estado da Saúde do Pará, no período de 1991 a 1996.
Em 1995, veio fazer o concurso público do Ministério Público do Estado do Amapá (MP-AP), visando preencher ao cargo de ASSISTENTE SOCIAL, tentou a vaga e obteve êxito. Foi aprovada em 8º lugar e apesar das dez vagas que deveriam ser preenchidas, na época, o MPE chamou apenas seis pessoas.
Severa era determinada e predestinada, não conhecia o significado da palavra DESISTÊNCIA.
Nessa época, o Tribunal de Justiça do Amapá estava necessitando de profissionais na área do SERVIÇO SOCIAL que pudessem colaborar com projetos e programas da Justiça. Foi quando o Judiciário aproveitou a realização do concurso do Ministério Público e absorveu para o seu quadro de serventuários dois Assistentes Sociais, dentre eles SEVERA ALDA.
Nomeada no dia 4 de fevereiro de 1997, na função de Assistente Social na Vara da Infância e Juventude de Macapá, trabalhou por muitos anos ao lado do juiz César Augusto Pereira.
“A nossa responsabilidade era muito grande. Tínhamos que nos desdobrar para conseguir os resultados e a meta de cuidar bem das crianças e jovens. Nesse tempo, muitas crianças estavam nas ruas “trabalhando” de sapateiro, reparando carros e outras atividades. E para mudarmos o quadro, fizemos parcerias com várias instituições, inclusive com Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC-AP), com o intuito de qualificarmos aqueles jovens”.
Severa lembra que trabalhava de domingo a domingo. “Recordo da vez que fomos ao campo de pelada no Bairro Zerão, ao meio dia, acompanhar os meninos para fazermos cadastros, saber onde moravam para que pudéssemos acompanhar a realidade da vida deles. Nessa fase atendíamos cerca de mil crianças, somente em Macapá. Hoje tenho o prazer de encontrar os meninos daquela época e vê-los encaminhados, trabalhando, com famílias constituídas. Tudo isso é muito gratificante e significa que realizamos um bom trabalho. Não foi em vão”.
Severa Alda foi a PRIMEIRA coordenadora do Projeto Pirralho, um dos programas sociais realizado pela Justiça.
Também foi a PRIMEIRA assistente social a participar da Justiça Itinerante Terrestre e da Fluvial no Arquipélago do Bailique no período de 1997 a 1998. “Era muito preocupada com a vulnerabilidade das crianças e dos jovens ribeirinhos, a nossa intenção era a inclusão social. Nós cuidamos de demandas variadas, guarda, tutela, adoção. Fiz o que pude para fazer bem o meu trabalho aqui no Tribunal de Justiça. Nunca tive nenhum processo administrativo e nem problemas nos meus pareceres, pois era muito dedicada no meu labor. Tive a oportunidade de trabalhar ao lado da então juíza Sueli Pini, no Juizado Central, onde pude participar das itinerâncias, além de participar de uma das mais belas práticas do TJAP, que era destinada aos jovens estudantes, envolvendo a participação dos pais e da família”.
Segundo Severa, o objetivo de todo este trabalho, empenho e dedicação era diminuir a violência através da mediação de conflitos, realizando palestras e fazendo encontros nas ações que o Juizado Terrestre fazia nas praças de Macapá, executando um bom serviço à comunidade.
Também exerceu suas funções profissionais no Fórum da Capital, onde atuou brilhantemente por cinco anos.
Veio uma fase muito difícil. Foi necessária uma licença médica, pois teve que fazer um tratamento bastante sério de saúde, mas mais uma vez conseguiu superar os enormes obstáculos que a vida impõe.
SEVERA ALDA DOS REIS PEGADO aposentou-se em 15 de julho de 2016, após desenvolver seus relevantes serviços na Vara de Execuções Penais e Medidas Alternativas (VEPMA), ao lado do juiz Rogério Funfas e dos competentes servidores: Antonice Melo, José Itany e Rosália Ribeiro, viabilizando os direitos dos apenados, ouvindo, cadastrando, encaminhando e orientando os que iriam cumprir as medidas alternativas nos hospitais e nas escolas.
Foram 35 anos de vida dedicados ao serviço público e 20 anos de esforço, competência e disciplina destinados à Justiça do Estado do Amapá e à população amapaense.
“Eu vim para Macapá para ser feliz. Esses vinte anos foram de muitas realizações no Tribunal de Justiça do Amapá. As pessoas acreditavam no meu trabalho, reconheceram o meu esforço e a minha determinação. Trabalhei na Vara da Infância de Macapá por oito anos com muito prazer. Gostava de cuidar das crianças e dos jovens. Quero agradecer a Desembargadora Sueli Pini, pelos dois anos que tive a satisfação de trabalhar ao lado dela no Juizado Central. Sou mãe, avó e amo a minha família. Atualmente participo do grupo de idosos da igreja que frequento, além de fazer curso de artesanato para eles, tudo com muita satisfação. Fiz a minha parte no Judiciário. Sou uma pessoa muito grata e realizada e vou continuar ajudando as pessoas que precisam do meu auxílio. A missão da minha vida é ajudar, auxiliar, fazer caridade, fazer o bem às pessoas”.
As trajetórias de vidas exemplares e de anos dedicados ao Judiciário do Amapá de ROSEMARY FERNANDES e SEVERA ALDA comprovam que a Nossa Reverência desta semana é imensamente MERECIDA.
ROSEMARY FERNANDES, uma patologia teimosa não impedirá a tua vontade de viver e de compartilhar momentos de alegria, de amizade e amor.
SEVERA ALDA, saber envelhecer é uma arte. Quem pratica a generosidade jamais envelhecerá. A caridade é jovem, é eterna. E o teu coração é repleto de solidariedade.
O Tribunal de Justiça do Estado do Amapá AGRADECE tanta dedicação dispensada e todos os esforços e atitudes que contribuíram pela implementação de um Judiciário sólido, atuante, moderno e humanizado.
Os minutos, horas, dias, meses e anos de compromissos que vocês duas dedicaram em prol do bem do destino da Justiça do Estado do Amapá são INESQUECÍVEIS.
Rosemary e Severa não se contentaram com a realização de um trabalho que não fosse no mínimo excelente. VOCÊS são exemplos de dignidade, ética e doação em tudo o que fazem.
Foram colegas, amigas, companheiras e acima de tudo profissionais que entenderam a importância do seu papel no Judiciário amapaense.
Foi um imenso prazer poder contar com a grata oportunidade de tê-las no quadro de serventuários do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá.
Reconhecemos e valorizamos todas as atitudes que nos fazem acreditar que pessoas iguais a VOCÊS merecem a NOSSA MAIS JUSTA e HONROSA REVERÊNCIA.
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